Alô, alô, barraqueiros!
Uma das séries mais amadas da televisão norte-americana e em todo o mundo fez aniversário ontem (17/09): Bewitched completou 50 anos e o Barraco do Leon continua a série de posts em homenagem a essa mágica série!
Vem comiiiiiiigo!
Estamos apresentando: A Feiticeira |
Bewitched foi transmitida pela rede estadunidense ABC de 1964 a 1972, num total de oito temporadas e 254 episódios. Durante oito anos, os norte-americanos foram convidados diários na casa 1164 de Morning Glory Circle para acompanhar o cotidiano peculiar (né Sra. Kravitz?) dos Stephens: o normal e comum ser humano Darrin, sua encantadora (sentiu o trocadilho?) esposa Samantha e as crianças Tabitha (que chegou na segunda temporada) e Adam (a partir da sexta).
Na série, mortais e feiticeiros se trombavam o tempo todo, enlouquecendo Darrin e deixando Gladys Kravitz, Phyllis Stephens, Larry e Louise Tate com a impressão de que havia algo de muito esquisito acontecendo naquela casa.
Se um programa de curta duração pode ser cheio de histórias, em Bewitched, muita coisa aconteceu. O show revelou talentos, influenciou a cultura e trouxe inovações no aspecto de produção de séries para televisão: afinal, antes da série, ninguém levitava, desaparecia ou reparava coisas com um virar de dedos (ou uma mexidinha de nariz), né mesmo?
Confira, então, algumas curiosidades sobre a série:
1) A loira garotinha dos Stephens, Tabitha, só entrou na história por causa da gravidez de Elizabeth Montgomery. Como eu contei no post anterior, antes de começarem as filmagens, Liz contou à equipe que estava esperando um bebê. Todos trabalharam aceleradamente, para aproveitar o tempo em que o corpo da atriz não tivesse sofrido as mudanças características de seu estado. O disfarce deu certo até o início da segunda temporada, quando, no episódio Alias Darrin Stephens (na versão brasileira "A Palavra Mágica"), Sam contou a Darrin que a família iria crescer logo, logo. Foi Liz Montgomery quem criou e modificou o nome da personagem, de Tabatha, como preferido pelos produtores, para Tabitha, pronúncia que lhe agradava mais.
Samantha teve uma filha, mas o bebê de Elizabeth Montgomery foi um garoto: Robert (no colo da mãe, nessa foto), seu segundo filho com William Asher |
2) Ainda sobre Tabitha: como era comum (digo "era", porque não sei se a prática permanece assim), ao se trabalhar com crianças pequenas em estúdios de filmagens, dava-se preferência a gêmeos. Apesar de estrear interpretada pela bebezinha Cinthia Black (em 1966), três pares de irmãs deram vida à nova integrante da família Stephens: primeiro Heidi e Laura Gentry, em 66, depois Tamar e Julie Young, no mesmo ano, e, por fim, Diane e Erin Murphy (1966-1972), as carinhas da Tabitha, que todo mundo conhece.
Os três pares de gêmeas que interpretaram a primogênita dos Stephens: Heidi e Laura, à frente, Julie e Tamar, à direita, e as irmãs Murphy, ao fundo (crédito de foto: www.bewitched.net) |
3) Tabitha parte 3: apesar de começarem dividindo o papel da bruxinha, foi Erin que ficou com o papel definitivamente. Explico: as irmãs eram gêmeas fraternas (ou bivitelinas), ou seja, não idênticas. Quando bem pequenas, as meninas se pareciam muito e, por isso, foi possível revezá-las até meados de 1968, quando as diferenças entre as duas ficaram bem aparentes. Como a imagem de Erin se parecia com a de Elizabeth Montgomery, a pequena atriz ficou com o papel até o fim da série, cabendo à irmã pequenas participações em mais três ou quatro episódios dali por diante.
Erin, à esquerda, e a irmã Diane: na guerra das Tabithas, ganhou a mais parecida com a "mamãe" |
Um detalhe: Diane começou a se diferenciar bem cedo de Erin. Quando foi ao ar o episódio 32 da 3ª temporada Nobody but a frog know how to live (no Brasil "Era uma vez um sapo"), Diane interpretou Tabitha. Conta-se que choveram ligações para a ABC reclamando por terem "trocado" a garotinha. Poor Diane, rsrsrs.
Diane, como Tabitha, num dos raros momentos em que a gente sabe com certeza quem é quem. Se liga no formato da boquinha! |
4) Assim como no caso de Tabitha, Adam também veio ao mundo para "cobrir" a última gravidez de Elizabeth Montgomey no casamento com William Asher. Depois de Bill Jr. (nascido antes da série) e Robert Asher, nascia Rebecca. O caçula dos Stephens também foi interpretado por gêmeos: de 1969 a 1970 por dois bebês não identificados e, de 70 a 72 pelos irmãos David e Greg Lawrence, que hoje assinam Mendell. E, ao contrário do que muita gente pensa e divulga, Adam também é feiticeiro! A revelação foi feita no episódio 14 da temporada final Adam, warlock or washout? (no Brasil "Mais um mago na família").
Nessa foto de elenco, tirada na época da sétima temporada, os gêmeos Lawrence aparecem sentadinhos aos pés da "vovó Endora" |
5) A série sofreu várias baixas ao longo dos anos, e algumas delas pesaram pra caramba no desempenho futuro do show. Vamos aos casos:
Caso Gladys Kravitz
Quem assiste a segunda temporada de A Feiticeira, percebe que, com o passar dos episódios, Gladys Kravitz vai ficando cada vez mais magra, a exceção do último, Prodigy (Prodígio), filmado em junho de 1965 e exibido quase um ano depois, em homenagem à atriz, recém-falecida. Alice Pearce, por quem Liz tinha certo apreço, havia descoberto um câncer no ovário antes da série, mas manteve a enfermidade em segredo. Apesar da aparência curiosa, de mulher pouco bonita, Alice foi casada duas vezes e teve no segundo marido, Paul Davis, um companheiro devotado e amável em seus últimos dias. Era ele quem presenciava a deterioração de seu estado de saúde e a acompanhou todos os dias nos estúdios.
Para evitar um hiato muito grande, a produção resolveu a ausência de Gladys com a entrada de Harriet Kravitz, vivida por Mary Grace Canfield, uma irmã de Abner, que cuidaria da casa enquanto os Kravitz estavam fora, em visita à mãe de Gladys. Nos bastidores, a equipe lutava para encontrar uma substituta e, sem se ater a semelhanças físicas, contrataram Sandra Gould, outra atriz de comédia, que, apesar de um ano mais velha que Alice, pareceu muito mais nova na dinâmica com George Tobias, seu marido na série. Os Kravitz permaneceram na série até 1971, e não foram mostrados na temporada final.
Sandra Gould, como a nova Gladys. Abner não parece muito convencido da troca, rsrsrs |
Caso Darrin Stephens
História famosa, que a maioria dos fãs de Bewitched já deve saber, ao menos um pouquinho. Dick York já possuía uma carreira em cinema e TV quando foi chamado para o papel de Darrin, após a indisponibilidade de Dick Sargent. O que a equipe não esperava é que, com ele, viesse um dos maiores problemas da história da série. Anos antes, nas gravações do filme They Came to Cordura (no Brasil "Heróis de Barro", 1959), York sofreu um acidente com um pequeno vagão (como aqueles de mina, sabe?) e teve graves lesões musculares nas costas, das quais nunca se recuperaria.
William Asher, em um documentário para o canal E!, declarou que, de início, percebeu que York falava meio diferente e nunca estava "100% no local", mas, como era muito dedicado, se errava algo, repetia o quanto fosse necessário e fazia sempre bem feito. Todos achavam que daria para levar, mas, na quinta temporada, a bomba estourou. Devido à lesão, Dick York passou a tomar remédios para dor e calmantes em grandes quantidades, que lhe causaram dependência e, a partir de certo ponto, já estavam prejudicando seu desempenho. O ator começou a faltar e, nas palavras de Asher "cada segunda-feira era uma incerteza, pois ninguém sabia se poderiam contar com ele".
Se vocês prestarem atenção, a maior parte dos episódios da temporada 5 se passa sem Darrin, que está sempre "em viagem de trabalho". Os roteiristas tinham que reescrever os scripts às pressas, modificando trechos e alterando falas ou, até mesmo, criar novas histórias rapidamente para suprir as ausências cada vez mais frequentes do ator. Aí, a solução era apelar para as histórias do mundo bruxo, que, curiosamente, não caíram tanto no gosto do público. Quando, na gravação do episódio 27 Daddy Does His Thing (Teimoso como uma mula), Dick York sofreu um colapso e foi levado em coma para o hospital, todos sabiam que aquele era o fim da linha.
Os dois Darrins na vida de Samantha: Dick York (E) e Dick Sargent (D) |
Foi, provavelmente, a perda mais difícil de se lidar. O contrato da série estava renovado e era preciso mantê-la no ar, mas, como continuar com o show, sem o marido mortal? Um feitiço que "transformaria" a aparência de Darrin? Um novo amor para Samantha? Por fim, decidiu-se que a melhor explicação era não dar explicações. A ABC exibiu uma maratona com todos os episódios "sem Darrin" da quinta temporada e, em 18 de setembro de 1969, Dick Sargent entrava pela porta da casa dos Stephens como seu novo dono. Novo ator, novo jeito de interpretar - mais discreto, comedido, sem tantos movimentos de corpo e caretas - e, porque não?, nova dinâmica de casal. O fato é que a relação entre Sam e Darrin nunca mais foi a mesma; nem a da série com seu público.
Casos Tia Clara, Louise Tate e Frank Stephens
Bruxa velhinha, avoada e com os poderes falhando que era o xodó de muita gente, tia Clara, interpretada impecavelmente pela veterana Marion Lorne, esteve na série até a quarta temporada, quando faleceu, vítima de um ataque cardíaco, em 9 de maio de 1968. A atriz não foi substituída, e a personagem desapareceu da série. Somente na sexta temporada, surgiu uma quase substituta: a empregada feiticeira Esmeralda, vivida pela atriz Alice Ghostley até o fim da série.
Marion Lorne, como Tia Clara: mesmo com os poderes fora de forma, não havia bruxa como ela! |
Anos depois, Alice Ghostley encarnaria Esmeralda, a babá-empregada com poderes falhando: uma tentativa de trazer de volta o "espírito de Tia Clara" |
Louise Tate, a esposa de Larry, que se tornou (questionavelmente) a melhor amiga de Samantha, foi introduzida, discretamente, no episódio 4, It Shouldn't Happen to a Dog (Encantos e Encantamentos), e, depois passou a ser personagem regular, vivida por Irene Vernon. Desiludida com o pouco espaço dado à personagem (em pouco mais de 70 episódios, Louise só apareceu em 13), a atriz deixou a série, em busca de oportunidades maiores, que acabaram, posteriormente, não se concretizando, e levaram-na a deixar o show business. Para o papel, foi chamada a já razoavelmente conhecida atriz de TV Kasey Rogers, que, loira, escondeu seu cabelo natural sob uma peruca negra até a oitava temporada, quando, em conversa com William Asher, ficou livre para deixar de usá-la. Falecida recentemente, Rogers esteve presente em diversos eventos relacionados à série e, como as primeiras temporadas, por serem produzidas em P&B, logo deixaram de ser exibidas em várias parte do mundo, acabou sendo o único rosto conhecido de Louise Tate para a maioria dos fãs da série.
Sai Irene Vernon, a Louise Tate 1... |
... entra Kasey Rogers, a Louise Tate 2 |
No episódio 14 da primeira temporada, Samantha (e todos os telespectadores) conheceu os pais de Darrin: Frank e Phyllis Stephens. Numa interação leve e muito divertida, Robert F. Simon interpretou o paizão aposentado e tranquilão, enquanto a grande Mabel Albertson deu vida à sogra ciumenta e possessiva, que tinha sempre uma conveniente dor de cabeça. Só que os personagens apareceram pouco: Frank - 13 vezes, Phyllis - 19, em toda a série. Foi difícil encontrar Robert Simon disponível todas as vezes e, além disso, ele era contratado por aparição. Daí, em mais um daqueles casos em que o critério Semelhança? Pra quê? comeu solto, o ator Roy Roberts interpretou o Sr. Stephens no meio da série. Curiosamente, na última aparição do personagem, na temporada 8, o primeiro Frank foi quem apareceu na telinha.
Frank Stephens foi vivido primeiro por Robert F. Simon... |
... e depois por Roy Roberts, que viria a ser substituído por seu antecessor na aparição final do casal Stephens |
Outros personagens também foram interpretados por vários atores, como as feiticeira tias Hagatha e Enchantra e a secretária de Darrin, Betty, campeã de "mudança de corpo".
6) O pai de Samantha, Maurice, quase foi vivido pelo grande ator Roberth Montgomery, pai de Elizabeth. Os dois tinham uma relação complicada e Sr. Montgomery recusou o convite. Para assumir o posto, foi escalado o ator de tradição shakespeariana Maurice Evans, que apareceu em apenas 12 episódios em toda a série, mas marcou suas aparições pelos desentendimentos com Endora e seu desprezo pelos mortais, que acabava sempre caindo sobre o Douglas Dino Dennis Como-é-mesmo-o-nome-dele?
Maurice Evans, cujo personagem veio a se chamar... Maurice! |
Sam e Serena: percebem alguma semelhança? |
Colocar a prima na tela deu trabalho, ainda mais quando Sam e Serena tinham que estar juntas. Numa época em que os recursos ainda não eram tantos, três métodos foram realizados, e uma pessoa foi essencial para que a coisa desse certo: Melody McCord, a dublê de corpo (ou stand in) de Liz. As cenas poderiam ser gravadas com essas técnicas: Samantha vista de frente, sob as costas de Serena (com Melody caracterizada, mas a voz de Montgomery encaixada, se necessário); cortes separados de cada personagem vista de frente, encadeados em sequência, como em uma conversa; e, por fim, o bom e velho cromakey, pra quando o bicho pegava e não dava mais pra ficar só fazendo corte daqui e dali, e as duas precisavam aparecer lado a lado. Esse recurso era mais caro e foi usado poucas vezes.
8) A abertura da série mudou ao longo das temporadas. Quem tem os DVDs ou conhece os episódios em suas transmissões recentes, está acostumado à abertura colorida, creditando Elizabeth Montgomery, Dick York e Agnes Moorehead, ao final. Esta, porém, foi a abertura introduzida no terceiro ano do show. Nos primeiros anos, em P&B, a cozinha, do início da animação, era mais bem delineada e, frequentemente, havia animações que introduziam a abertura, indicando os patrocinadores daquele ano. Mas as maiores transformações vieram a partir da temporada 6: de cara, a troca do bonequinho de Dick York para o de Dick Sargent. O nome de Elizabeth Montgomery passa a abrir a vinheta, antes do título da série, e, fechando a animação, a fumacinha da panela, que antes abrigava o nome de Agnes Moorehead, apenas, passou a receber também o de David White (Larry Tate), por insistência de Liz, segundo se conta. As melodias de abertura, dos créditos de direção e do encerramento também mudaram, ficando mais aceleradas, no correr das temporadas. Até os efeitos sonoros - como o da mexidinha do nariz - não foram os mesmos do começo ao fim do seriado.
9) Outra história famosa, mas que a gente vai recordar: o narizinho poderoso de Samantha. Reza a lenda que, depois dos pontos principais já estarem definidos, William Asher se pôs a pensar na maneira pela qual Samantha manifestaria seu poder. Precisaria ser algo característico, especial, que se destacasse. Então, o diretor se lembrou uma mania que a esposa tinha quando ficava ansiosa: numa espécie de muxoxo, acabava mexendo o nariz. Era o que ele precisava! Asher pediu a Liz que fizesse o gesto e ela dizia que não fazia ideia do que ele estava falando. Os dois ficaram nesse "disse-não-disse", nesse "faz-não-faz" até que a atriz, de saco cheio, fez o bendito movimento! Bill Asher deve ter comemorado como se tivesse conseguido o primeiro prêmio na loteria. Acontece que Elizabeth não mexia o nariz: ela movia os lábios e, por consequência, o narizinho arrebitado acompanhava o movimento, que ficou eternizado pela bruxinha em desenho da abertura do programa. Em outros momentos, Samantha, como os outros bruxos, usava movimentos dos braços para conjurar um encanto, desaparecer ou realizar outros truques.
8) A abertura da série mudou ao longo das temporadas. Quem tem os DVDs ou conhece os episódios em suas transmissões recentes, está acostumado à abertura colorida, creditando Elizabeth Montgomery, Dick York e Agnes Moorehead, ao final. Esta, porém, foi a abertura introduzida no terceiro ano do show. Nos primeiros anos, em P&B, a cozinha, do início da animação, era mais bem delineada e, frequentemente, havia animações que introduziam a abertura, indicando os patrocinadores daquele ano. Mas as maiores transformações vieram a partir da temporada 6: de cara, a troca do bonequinho de Dick York para o de Dick Sargent. O nome de Elizabeth Montgomery passa a abrir a vinheta, antes do título da série, e, fechando a animação, a fumacinha da panela, que antes abrigava o nome de Agnes Moorehead, apenas, passou a receber também o de David White (Larry Tate), por insistência de Liz, segundo se conta. As melodias de abertura, dos créditos de direção e do encerramento também mudaram, ficando mais aceleradas, no correr das temporadas. Até os efeitos sonoros - como o da mexidinha do nariz - não foram os mesmos do começo ao fim do seriado.
9) Outra história famosa, mas que a gente vai recordar: o narizinho poderoso de Samantha. Reza a lenda que, depois dos pontos principais já estarem definidos, William Asher se pôs a pensar na maneira pela qual Samantha manifestaria seu poder. Precisaria ser algo característico, especial, que se destacasse. Então, o diretor se lembrou uma mania que a esposa tinha quando ficava ansiosa: numa espécie de muxoxo, acabava mexendo o nariz. Era o que ele precisava! Asher pediu a Liz que fizesse o gesto e ela dizia que não fazia ideia do que ele estava falando. Os dois ficaram nesse "disse-não-disse", nesse "faz-não-faz" até que a atriz, de saco cheio, fez o bendito movimento! Bill Asher deve ter comemorado como se tivesse conseguido o primeiro prêmio na loteria. Acontece que Elizabeth não mexia o nariz: ela movia os lábios e, por consequência, o narizinho arrebitado acompanhava o movimento, que ficou eternizado pela bruxinha em desenho da abertura do programa. Em outros momentos, Samantha, como os outros bruxos, usava movimentos dos braços para conjurar um encanto, desaparecer ou realizar outros truques.
10) A casa dos Stephens já apareceu em diversas séries - da época e até atuais -, tanto por "dentro" como por "fora". Isso porque a Columbia Pictures possui um rancho em que foi montada uma espécie de rua circular, com diversas fachadas de construções, que serviram e ainda servem às produções da companhia. Já as cenas internas eram gravadas em estúdio, o que não impediu de se usarem os cenários para séries como Jeannie é um Gênio. Apenas quando um incêndio destruiu quase completamente os cenários, nos anos finais do programa, é que a casa de Samantha e Darrin ganhou uma "reforma", mudando vários ambientes, em especial, a cozinha.
11) Apesar de ter ganhado o mundo com Bewitched, Elizabeth Montgomery lutou para sair da sombra de Samantha e, de certa forma, passou a ter uma espécie de aversão à série. Durante as filmagens do programa, seu casamento com William Asher se deteriorou, e inúmeras outras situações a fizeram querer o fim do projeto por várias vezes, o que sempre era barrado pelos executivos da ABC, com propostas financeiras e de produção cada vez mais vantajosas.
Columbia Ranch: a "casa" dos Stephens está assinalada com um retângulo |
Quando a oitava temporada chegou ao fim, com um episódio que já era o segundo remake de um da primeira temporada, não houve proposta que convencesse o casal Montgomery-Asher a levar o projeto adiante. Os números mostravam que a escolha foi sábia: nos anos 70, um show sobre uma dona de casa feiticeira já não fazia muito a praia de ninguém.
Segundo seus amigos e conhecidos, Elizabeth detestava que a pedissem para "mexer o nariz" como Samantha, e, com o passar do tempo, seu distanciamento da personagem cresceu cada vez mais.A partir daí, Montgomery passou a se envolver em projetos que se distanciavam ao máximo do visual doce, cândido e mágico de Samantha: protagonizou os filmes A Case of Rape, vivendo uma mulher violentada duas vezes pelo mesmo homem; The Legend of Lizzie Borden, como a mulher acusada de assassinar barbaramente a própria família; e, no fim da vida, interpretou a repórter Edna Buchanan para dois filmes de televisão.
12) Na época, Bewitched foi indicada ao Emmy várias vezes, mas só levou o prêmio em três ocasiões: Bill Asher levou o de "Melhor Diretor de Série de Comédia" em 1966 e as atrizes Alice Pearce e Marion Lorne receberam, em homenagem póstuma, o de "Melhor Atriz Coadjuvante em Série de Comédia", pelas personagens Gladys Kravitz e Tia Clara.
Samantha Stephens? Bruxinha boa? Passado! Liz Montgomery no poster de "A Lenda de Lizzie Borden" |
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Bewitched esteve no ar por oito anos e, apesar de não ter encerrado sua história com altos índices de audiências, conquistou seu lugar entre as séries que marcaram época na televisão norte-americana e no coração dos fãs pelo mundo.
Já pararam pra pensar que parte desse sucesso se deve, também, à dublagem do show? Afinal, ainda hoje, muita gente não domina outro idioma com a fluência necessária para assistir a uma sitcom, entender e se divertir com as piadas e situações.
Pessoas de diversos países viram Samantha, Darrin, Endora, Larry Tate e companhia falarem seu idioma. O Brasil foi um deles. Essa história, você vai conferir no próximo post!
Abração, e até!
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