quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Um programa verdadeiramente genial - Parte 2

Alô, alô, barraqueiros!

O que acharam do primeiro post nesta nova série comemorativa?

Então, vamos ao que interessa?
Se ajeita aí na poltrona, pega os petiscos e a bebidinha e não desprega os olhos dessa tela porque é hora de...

Jeannie é um Gênio!

As filmagens começaram em 1965 e, em 18 de setembro, como falei no post anterior, a série estreou. Durante os cinco anos em que a série ficou no ar, muita coisa aconteceu - na história e nos bastidores. É isso que vamos contar, no post de hoje, em uma lista de curiosidades!

1) A temporada em preto e branco (Só para relembrar)
Para começar do começo porque começar do final seria muito zoado, trago de novo, rapidinho essa questão. Como vocês viram, Sidney Sheldon estava doido pra que sua garota gênio estreasse cheia de graça, beleza, pouca roupa e em cores, muitas cores. Por sovinice e avareza um instinto dos executivos da NBC, Sheldão, digo, digo, Sidney Sheldon teve que engolir em seco e produzir a temporada inicial no bom e velho P&B, mesmo, que deixou o produto mais barato, mas, na visão do produtor, era muito menos atraente e deixava a série para trás, já que todas as séries naquele ano (até estreantes), em sua maioria, estavam sendo filmadas em cores.

Jeannie só foi vista em todo o seu esplendor dourado, de rosa e vermelho, em 1966, quando, contrariando o "instinto" da NBC (olhaí, bem feito!), a série foi renovada para o segundo ano.

2) Confusões de uma série em P&B
Com o primeiro ano filmado em preto e branco, algumas coisas eram diferentes e tiveram que ser adaptadas ou refeitas quando as cores chegaram ao programa. Outros fatos causaram surpresa aos telespectadores da época (e ainda hoje). Confira!

a) Um gênio, várias garrafas
Um dos objetos mais icônicos das séries de TV, a garrafa exótica e chamativa de nossa garota gênio ganhou fama e se tornou objeto de desejo para muita gente (mesmo que não venha com gênio algum dentro). Quem já leu sobre a o programa, conhece, basicamente, a história, mas a gente conta assim mesmo, com mais detalhes, para quem não está por dentro.

Durante muito tempo, correu a informação que o crédito pela descoberta da garrafa era de Sidney Sheldon, que teria recebido o objeto, uma embalagem de licor Bourbon Beam's Choice, da Jim Beam, numa edição especial natalina, em 1964, e considerado a garrafa perfeita para ser a casa de seu gênio.

A "casa" de Jeannie: nunca uma garrafa de licor chegou em tão boa hora...

Só que, como tudo que aconteceu há muito tempo acaba envolto em certos mistérios, o departamento de arte da Screen Gems (a companhia produtora da série) também disputa o mérito da descoberta, além de Gene Nelson, diretor do programa na primeira temporada, que teria encontrado a garrafa em uma loja de bebidas e a teria comprado para Sidney Sheldon.

Como, no primeiro ano, os telespectadores não iriam ver a cor da garrafa, o departamento de arte só tirou o rótulo, aplicou um verniz fosco e pintou umas folhas e detalhes dourados, para dar uma aparência oriental e envelhecida. Isso mesmo! A garrafa da Jeannie, no começo, era verde! Verde escura, quase marrom, mas verde, gente!

Na primeira temporada, a garrafa era assim...

A partir da segunda temporada, para aproveitar a chegada das cores de todas as formas possíveis, a garrafa se tornou lilás, com a decoração carnavalesca que conhecemos hoje.

... e sofreu uma senhora reforma, quando a série ganhou cores!

Um detalhezinho que pode ter passado batido pra muita gente: a garrafa passou parte da primeira temporada (se não toda ela) com uma tampa avulsa! Logo no primeiro episódio, quando Tony a garrafa e esta começa a fumegar, ele a joga no chão, e Jeannie sai. Posteriormente, Jeannie volta para ela, e a esconde nos pertences de Tony, para ir com ele para Cocoa Beach, mas a garrafa está destampada! Só quando precisa evitar que a gênio saia e bagunce as coisas enquanto o cast inteiro do primeiro episódio está entrando e saindo de sua casa é que o astronauta pega uma tampa qualquer, comprida e transparente (ou branca), e fecha a garrafa.

Apenas no episódio de estreia da temporada seguinte, em que Jeannie volta à praia para relembrar seu "aniversário de libertação", é que a garrafa volta a ficar completa (e, agora, colorida).

Cópias da garrafa 1, com a tampa improvisada, e da garrafa 2, completinha.

Várias garrafas foram usadas na série, durante os cinco anos de produção, criadas e decoradas a partir da original. Algumas, especificamente para os efeitos especiais, outras para o manuseio dos atores, outras ainda para compor o cenário e algumas reservas. Diz-se que apenas Barbara foi espera o suficiente para ficar com uma (ou mais de uma) das originais. Nem Larry Hagman teve sorte. Anos depois, mandou fazer uma cópia fiel para si como prêmio de consolação, para guardar como lembrança.

Além disso, todos os gênios tiveram suas garrafas inspiradas na da protagonista, sendo, apenas, adaptadas às características de seus donos: a do perverso Blue Djinn era azul e mais sóbria, como o personagem, e a de Jeannie Segunda, a interesseira irmã de Jeannie, verde e glamourosa, para combinar com ela.

A exuberante garrafa verde da irmã perversa...
... e a do malvado gênio azul, que teria prendido Jeannie em sua garrafa.

Finalmente, nos filmes-reunião feitos após a série, novas garrafas foram produzidas, com pintura sensivelmente distinta das originais.

b) Mesma profissão, roupas diferentes?
Tony Nelson e Roger Healey, além de amigos inseparáveis, trabalhavam juntos em uma base da Força Aérea Norte-Americana em Cabo Kennedy, Flórida. Oficiais militares andam uniformizados, confere? E, tirando as identificações de patentes ou cargos, o uniforme costuma ser o mesmo, certo? Não necessariamente.

Quando a série ganhou cores, uma dúvida surgiu gritando para os telespectadores: por que raios o (já promovido) major Healey usa verde, enquanto o (também) major Nelson veste azul?

A razão, apesar de nunca ter sido explicada oficialmente, nem na série, nem nos telefilmes que vieram depois, é o fato de Roger Healey, apesar de trabalhar no programa espacial, ser membro das Forças Armadas, cujos uniformes são verdes, enquanto Anthony Nelson pertencia à Força Aérea e, por isso, vestia azul, como Dr. Bellows e os Generais Peterson e Schaeffer. Como vemos, Roger era minoria no pedaço!

O "Mistério dos Uniformes": mais um caso resolvido com sucesso!

Curiosamente, na versão colorizada do primeiro episódio da série, vemos os superiores e colegas de Tony vestindo uniformes bege, os chamados "uniformes de verão" (não utilizados mais, hoje, aparentemente), em lugar do tradicional azul escuro/marinho.

c) Um começo, não tão começo assim
A segunda temporada de Jeannie começou trazendo a novidade das cores e seu primeiro episódio trazia Jeannie levando Tony à praia onde os dois se conheceram, para uma romântica comemoração desse "aniversário", subitamente arruinada pelo malvado gênio azul Blue Djinn.

Blue Djinn aparece para quebrar o clima.

Muito normal, até lógico, iniciar uma nova temporada com um gancho tão significativo para a história. Ocorre que Happy Anniversary ("Há gênios e gênios", na versão em Português), exibido em 12 de setembro de 1966, não foi o primeiro episódio a ser filmado em cores, mas, sim, The Fastest Gun in The East ("Gatilho Relâmpago", na dublagem), gravado em 27 de janeiro, mas exibido como o sétimo da nova temporada.

*Uma notinha extra, antes do próximo tópico:
Segundo consta, o episódio I'll Never Forget What's Her Name ("Jeannie Será Sempre Jeannie"), que encerra a temporada 1, foi preparado para ser o último da série, dadas as chances de cancelamento do show. O que não aconteceu, como vimos acima chupa, NBC!

3) Tudo em família

a) Jeannie é um gênio, todo mundo sabe. Mas Jeannie sempre foi um gênio?

Essa é uma questão com respostas diferentes.

Jeannie e a falsiane, digo, digo, o Blue Djinn.

Na primeira temporada, quando conta para Tony a razão de ter sido aprisionada na garrafa, Jeannie revela que foi colocada ali pelo Blue Djinn (olha ele aí de novo), como castigo por não ter aceitado se casar com ele. Além disso, quando aparecem seus parentes (mais notavelmente, a mãe e um de seus ancestrais), por mais esquisitos que sejam, são apenas humanos comuns.

Tudo resolvido? Na-na-ni-na-não!

Na terceira temporada, o continuísta deve ter jogado a toalha, porque começou a avacalhação. Decidiu-se que Jeannie teria nascido um gênio e que todos os seus parentes, incluindo a mãe, também teriam poderes mágicos.

b) Conheçam minha irmãzinha... Jeannie!
É nesta temporada que conhecemos a irmã de Jeannie, também chamada... Jeannie (mas todo mundo convencionou nomeá-la Jeannie Segunda, ou Jeannie II, pra facilitar). Aliás, todas as irmãs de Jeannie se chamam Jeannie. Tony Nelson até perguntou se não rolava confusão na família, com tanta garota gênio com o mesmo nome. Sabem o que Jeannie respondeu: que não rolava, porque todo mundo se conhecia! É mole?

Jeannie e sua irmã... Jeannie! Tãaaao original... hahahaha!

Morena e vestida em uma cópia quase idêntica do traje de sua irmã, só que verde, essa Jeannie chegou para passar o rodo... no Major Nelson. Sem qualquer amor fraternal, Jeannie II não tem a menor cerimônia em colocar a irmã em apuros para tentar lhe roubar o amo.

Aliás, com a chegada de Jeannie 2.0, a série ganhou mais um elemento de comparação com A Feiticeira: a parente morena quase gêmea da protagonista, que é loira (e que muitas vezes toma o lugar da outra, por bem ou por sacanagem).

Quem viu o segundo post da série comemorativa dos 50 anos de A Feiticeira (clique aqui) sabe que, para Elizabeth Montgomery, interpretar Serena, a prima louca de Samantha, foi uma espécie de "libertação", já que poderia usar sensualidade, ser mais espontânea e não ficar presa ao formato de personagem boazinha, de princípios, boa esposa e boa mãe.

Sam e Serena: a loira e a morena da série concorrente.

Sabe-se que Barbara gostou de interpretar a "gêmea" malvada, uma boa oportunidade para mostrar sua interpretação em uma outra linha de personagem, muito distinta da esperta, mas inocente, boazinha e influenciável Jeannie, que também mudou um pouco, com o passar das temporadas.

Não se engane, que, de boazinha, essa garota só tem a cara!

No início, a personagem foi apresentada mais como uma garota, uma adolescente brincalhona, sem muitos limites, que só queria curtir, apesar dos figurinos mais sóbrios e classudos, quando se passava por uma mulher comum e do ar mais romântico da série naquela temporada.

A partir da segunda temporada, passou a ser mais possessiva e ciumenta, mais mulher, apesar dos figurinos mais curtos e chamativos, típicos dos anos 60. Ainda assim, sua ingenuidade permaneceu (e foi constantemente posta à prova pela irmã traíra, hehehe).

c) Uma só mãe, muitas caras
Ver Barbara Eden fazendo papel duplo é algo interessante, não?
Imagine em papel triplo!

Pois é, na quarta temporada, resolveram apresentar a mãe de nossa garota gênio em alguns episódios. Além de mudarem o status da veneranda senhora (que ela não me leia) - de humana para gênio -, decidiram mudar a cara da personagem pela terceira vez e colocar Barbara Eden fazendo mãe e filhas!

Tony conheceu os pais de seu gênio rapidamente no episódio 2, da primeira temporada, My Hero ("Mercado Persa", na dublagem). Aqui, Sra. Mamãe-da-Jeannie foi interpretada pela atriz Florence Sundstrom, mas, como não apareceu muito, pode ter passado batida.

Conheça mamãe - versão 1...

E temos o pai de Jeannie, aqui vivido pelo ator Henry Corden, que nunca mais deu as caras na série. Ele é que conta que Jeannie foi transformada em gênio pelo Blue Djinnn por não ter aceitado se casar com ele.

... e conheça papai também!

Ainda na primeira temporada, mommy shows up again! No episódio What House Across The Street? ("Casa ou Não Casa?"), em que Jeannie quer provocar ciúmes em Tony e finge ser uma garota rica, para agradar Roger e fazê-lo propor casamento, Jeannie chama a mãe, para lhe pedir conselhos. A personagem é vivida por Lurene Tuttle, e aqui aparece bem, com boas cenas e várias falas. E, mesmo não sendo um gênio (ainda), lida naturalmente com os atributos mágicos da filha.

Curiosamente, com uma nova mãe, a história é, também "resetada": dona Mãe-da-Jeannie parece ter se esquecido que já tinha conhecido Tony, pois a filha tem que contar, novamente, com ares de novidade, sobre seu amo astronauta, "o que voa pelos céus".

Mãe nova, história velha...

Por fim, quando mamãe apareceu de novo, sabe-se lá por que cargas d'água, não chamaram qualquer uma das atrizes e, no episódio Jeannie and The Wild Pipchicks ("Guloseimas Geniais"), Barbara Eden, de peruca grisalha, óculos e roupas mais comportadas assumiu o papel.

Além disso, a personagem, que nunca havia mostrado qualquer desagrado muito sério a respeito de Tony, passa a usar todas as oportunidades que lhe aparecem (ou nas quais ela aparece) para ferrar com a vida do astronauta. Já sabemos a quem Jeannie Segunda puxou...

Faço a Jeannie, a irmã da Jeannie, a mãe da Jeannie,
e se reclamar, apareço de avó!
---

Este post está terminando, mas as curiosidades ainda não!
Ficou curioso?
Saiba mais, amanhã, no próximo post desta série!

Abração, e até!

4 comentários:

  1. Eu sou apaixonada pela série Jeannie é um gênio e nunca li uma matéria tão completa quanto a sua! Obrigada e parabéns!

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    Respostas
    1. Olá, Rose!
      Perdoe a demora em responder, rsrsrs.
      Agradeço muito o seu comentário tão gentil.
      Pesquisei bastante para trazer um conteúdo o mais completo possível aqui pro blog!
      Divulgue, se puder!
      Abraço!

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  2. ode eu posso comprar uma dessas?

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